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Vereadores discutem situação do Hospital de Base

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04/09/2013 13:00:00


O vereador Luciano Gomes (PR) afirmou que não consegue imaginar Vitória da Conquista e a região sudoeste sem o HGVC, destacando que o bom atendimento do hospital se dá pela coragem e pela vontade que os funcionários têm em realizar um trabalho de qualidade. “Os funcionários têm dado o sangue. O problema do HGVC é um problema de gestão, pois com um quadro menor de funcionários, em uma situação semelhante e em outra época, o doutor Joás Meira conseguiu fazer uma boa gestão. A gente sabe que é possível tirar os pacientes dos corredores, porque quando o secretário de Saúde da Bahia, Jorge Solla, visitou o hospital, foi possível. Isso é um absurdo, não podemos jogar o lixo embaixo do tapete”.  Segundo o parlamentar, o Hospital de Base tem muita coisa boa, mas é preciso que a gestão faça alguma coisa.

Em sua fala na sessão especial desta quarta-feira (4) que debateu a situação do Hospital Geral de Vitória da Conquista/HGVC, o vereador Arlindo Rebouças (PMN) afirmou que o pronto-socorro é um dos principais gargalos para a eficiência no atendimento do HGVC, mas salientou que a falta de infraestrutura adequada ao atendimento da atual demanda e a falta de funcionários e manutenção dos equipamentos tem comprometido o serviço do hospital.  

O vereador afirmou que o grande problema do HGVC é a falta de resolutividade e que 60% dos entraves são administrativos. “É uma falta de vergonha do Governo do Estado que não faz o que deveria”, afirmando, ainda, que a demora na resolução dos problemas é por “falta competência e vontade política do governador”. O Líder da Bancada de Oposição criticou o que classificou como desserviço, a “limpeza dos corredores na visita do secretário Jorge Solla ao Hospital de Base. Condenou ainda o mau cheiro do hospital e a falta de alimentação adequada para funcionários.

O vereador Ademir Abreu (PT) ressaltou que as políticas públicas voltadas para a saúde são recentes no Brasil, comentando que em 2007 o país sofreu uma crise nas emergências, com poucos leitos e corredores dos hospitais lotados. Segundo ele, antes havia até mesmo poucos postos de saúde, mas em 1990, com a criação do SUS, a população que morria em todos os cantos da cidade, sem assistência, passou a ser atendida.  O parlamentar destacou que os índices de mortalidade diminuíram, citando como exemplo a mortalidade materno-infantil e a diminuição dos atestados de óbito por causas indeterminadas. “É importante ampliar a assistência básica, porque isso é uma reivindicação de todas as pessoas. A gente precisa que o Governo Federal invista mais em saúde. O Governo do Estado já aplica mais de 12% na saúde, sendo que é estabelecido que sejam destinados a essa área  10%”, disse, lembrando que é preciso fortalecer o SUS, lutar por mais recursos e ampliar a atenção básica do Brasil.  

Lúcia Rocha (DEM) destacou o atendimento indiscriminado aos pacientes no hospital e ressaltou que é necessário melhorar a estrutura para oferecer um serviço que preze pela qualidade e preservação da dignidade humana. “Todos sabem das deficiências de estrutura do Hospital, no entanto, precisamos destacar a alta demanda que tem fugido totalmente do controle da gestão”, afirmou.

O vereador Álvaro Pithon (DEM) afirmou que o corredor do Hospital de Base “é a maior falta de respeito ao ser humano”. Segundo ele, não é possível que uma pessoa saia de uma cirurgia e volte para o corredor, chamado por ele de “corredor da morte”. “Quando o governador do Estado chega nessa cidade e visita o HGVC não encontra uma pessoa naquele corredor. Sabe o que eles fazem? Dão alta aos pacientes, porque não têm onde colocar. Da mesma forma acontece quando o secretário de Saúde Jorge Solla vem. O hospital está superlotado! Será que só tem respeito quando o governador ou o secretário aparecem?”, indagou.

Para o parlamentar, é uma falta de respeito que o hospital seja higienizado, que as filas nos corredores sumam, e que os funcionários vistam fardas novas apenas nas situações de visitas das autoridades políticas, criticando as pessoas que ainda defendem o “corredor da morte”. Álvaro Pithon relatou ainda uma reunião com ex-governador César Borges há 20 anos, quando ele foi solicitar demandas para Vitória da Conquista, e o atual vice-prefeito Joás Meira esteve presente. “O governador, depois que me atendeu, foi atender o doutor Joás, e perguntou o que estava precisando no Hospital de Base. Doutor Joás respondeu que poderia mandar os recursos para outros hospitais, porque Conquista já estava completa, já tinha tudo. Na época do doutor Joás como diretor nada faltava, tinha respeito e tinha tudo, hoje não tem respeito e não tem nada”.

O vereador Ricardo Babão (PSL) destacou o empenho e vontade de trabalho da atual diretora do Hospital, Marilene Ferraz. Disse ainda que em oito meses de mandato a Câmara tem debatido a saúde do município de forma incessante e séria. “Se esta Casa não propuser alternativas, nada vai melhorar no Hospital de Base”. Falou do deslocamento de pacientes da região para Vitória da Conquista, o que superlota o hospital, fato que precisa ser combatido e sanado para melhorar a qualidade dos serviços oferecidos pelo HGVC.

O vereador Edjaime Rosa/ Bibia (PSDB) parabenizou a iniciativa da audiência e disse ter conhecimento dos maus-tratos aos usuários do serviço do HGVC. O parlamentar comentou que na época do verão a situação dos pacientes piora, pois ficar no corredor é algo desumano. “Não sei como aguentam aquele calor, abafamento, um mau-cheiro terrível. Quero fazer um pedido à administradora Leninha, pois sei que a senhora tem um grande desafio, e acredito que possa resolver se não ficar aliada ao poder, porque se não a senhora vai prejudicar o Hospital de Base e a população. Cargo público é cargo que tem que ser zelado”. Ainda em sua fala, Edjaime Rosa comentou sobre as pessoas que estavam internadas quando Jorge Solla visitou o HGVC, afirmando que no outro dia já estava lotado de novo, e que tem testemunhas de que algumas pessoas vieram a óbito por falta de atendimento adequado. “Nós, políticos, temos que pensar nisso, porque o povo está preparado e as manifestações estão aí”.

Para o vereador Juvêncio da Saúde (PV) a situação do HGVC é um problema grave que afronta “os direitos humanos dos pacientes e funcionários”. “Só quem trabalha no Pronto-Socorro sabe da carga que é para o funcionário e para o paciente”. Solicitou a Marilene Ferraz, diretora da unidade, que coloque como pauta prioritária a melhoria da estrutura oferecida aos funcionários do hospital. Afirmou que discutir o HGVC de forma isolada de nada adianta, e que é preciso envolver os municípios vizinhos nas discussões, sugerindo ao Governo a criação um mecanismo de cobrança da aplicação dos recursos destinados à saúde nos municípios da região, para conter a superlotação do Hospital de Base.

O vereador Professor Cori (PT) destacou que é preciso montar uma comissão para que algumas pessoas não fiquem apenas “no palanque do discurso, da acusação e das palavras fáceis”, porque, segundo ele, é fácil falar apenas no microfone, apontando os erros. “São poucos que assumem a responsabilidade de estar à frente de instituições, de programas e de um hospital como o HGVC”. O parlamentar destacou a quantidade de leitos e de atendimentos no Hospital de Base e questionou as pessoas que dizem que o hospital está ruim.

“Sabe o que é que está ruim, vereador Arlindo, no Brasil? É um monte de político que assume Prefeitura e não tem compromisso com a saúde pública. Vamos fazer um levantamento de quantos prefeitos na região estão investindo na saúde de forma direta na atenção básica, porque quase 99,99%, e eu acho que a OAB pode colaborar muito, estão apenas comprando ambulância para mandar paciente para Vitória da Conquista. Esse é o grande problema de planejamento estratégico”.

O parlamentar relatou que recentemente recebeu um contato de uma pessoa da região, que quebrou o dedo e queria atendimento no HGVC, e questionou como é que se pode discutir saúde dessa forma, ressaltando que a questão deve ser discutida de forma criteriosa, sem que algum vereador precise ser internado para que as discussões aconteçam.

Professor Cori ainda comentou sobre uma reunião com o secretário de Saúde da Bahia Jorge Solla onde esteve para discutir a ampliação dos leitos. “Foi para discutir como diminuir essa carga pesada que está nos corredores, para discutir a aceleração da construção da UPA, e esse é o papel do vereador, e não fazermos debates pequenos”. Para o vereador, a centralização da marcação de consultas na Central de Marcações é a discussão que deve ser feita, além de discutir como os outros municípios estão atuando na baixa, média e alta complexidade, já que o dinheiro da saúde vai todo mês para os municípios. O parlamentar afirmou que o Hospital de Base não é o culpado pelos próprios problemas, e que fazer política dessa forma é rasgar a moralidade pública. “A gente precisa de planejamento, de gente comprometida, de uma ação do ponto de vista da gestão que envolva a todos”.

O Líder do Governo na Câmara, vereador Florisvaldo Bittencourt (PT) disse que o diagnóstico dos problemas do HGVC já foi feito, e apoiou a criação da comissão para viabilizar a melhoria da estrutura e do atendimento oferecido pelo hospital. “Temos que ter medidas concretas, judiciais para forçar a ocupação dos leitos disponíveis nas cidades vizinhas”, disse, sugerindo tal medida como uma ação para diminuir a demanda do Hospital de Base. O vereador questionou o uso somente do discurso e da retórica pela oposição, desafiando-os a um debate público sobre a gestão da saúde onde os partidos da oposição atuam. Sobre a nova gestão da unidade, o parlamentar disse acreditar na melhora da condução do hospital. “Temos a certeza que a gestão do Hospital de Base vai avançar, porque temos uma gestora comprometida. Marilene sintetiza a luta pela saúde pública em nosso Estado”, disse.

A vereadora Irma Lemos (PTB) elogiou a gestão da diretora do HGVC, Marilene Ferraz, destacando a importância da mulher no enfrentamento de desafios, e parabenizou a conduta da diretora, ressaltando que com o apoio dos funcionários o trabalho pode ser executado da melhor forma possível. A parlamentar afirmou que é triste para quem precisa de atendimento, e para quem visita o HGVC, ver os corredores lotados. “Imagine para quem trabalha lá. O maior problema de Vitória da Conquista são as cidades vizinhas, já vi gente de outra cidade que veio arrancar unha aqui. Mas isso tem que começar pelos deputados, porque na época de eleições os deputados da região, de Guanambi, por exemplo, vêm pedir voto e ganham, mas quando é para apoiar melhorias no Hospital de Base ninguém vem”.

Segundo Irma Lemos, Vitória da Conquista não é órfã de deputado, e precisa cobrar melhorias. Ainda em sua fala, a vereadora disse que não se pode condenar o secretário de Saúde da Bahia, Jorge Solla por chegar e ver o corredor limpo. “Ele não tem bola



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