Como reflexo da situação de insatisfação da população, a Câmara de Vereadores debateu nesta terça-feira (18) em audiência pública a formulação de propostas integradas de melhorias para o a situação do transporte coletivo urbano e rural em Vitória da Conquista.

A audiência foi requerida pelo vereador Adinilson Pereira (PSB), que demonstrou preocupação com a atual situação do transporte público urbano e rural. Falou também do processo licitatório em que as empresas Serrana e Vitória foram vencedoras do certame, se comprometendo com uma série de melhorias previstas no edital para dinamizar o serviço na cidade.  Citou ainda os prazos previstos para o início do funcionamento do novo sistema de transporte, a ampliação da frota para 160 carros, com, no mínimo, 50 ônibus adaptados, além do respeito às normas de responsabilidade social.

A respeito do transporte da zona rural, Adinilson defendeu os trabalhos do transporte alternativo, pois “são profissionais comprometidos e responsáveis, que fazem a manutenção dos veículos e querem pagar seus impostos”. “Defendo o transporte alternativo de Lagoa das Flores”, afirmou.

O representante da Associação dos Permissionários de Transporte Rural/APTR de Vitória da Conquista, Sebastião dos Santos Filho, defendeu a concessão dos alvarás para o transporte alternativo, única maneira de serem estabelecidos horários, com adequação às condições de trabalho já estabelecidas pelo mercado.

A fala do representante da Cooperativa de Transporte Alternativo e Complementar de Vitória da Conquista/Coopertavir, Márcio Rogério dos Anjos Gonçalves, foi um desabafo da categoria, que não quer mais trabalhar na clandestinidade. “Nosso transporte é seguro e nossos motoristas são capacitados nos cursos de transporte de passageiros. Não queremos ser tratados como clandestinos e bandidos”, disse.

Consultor de Transporte, Claudinei Castanha, afirmou que o importante é o debate sobre como fazer para que mais pessoas utilizem o transporte público, salientando que é necessário determinar a prioridade para o sistema coletivo, através de processos e transportes mais modernos, criando corredores exclusivos e buscando formas de baratear estes sistemas de modernização do serviço do transporte coletivo. “Temos que pensar formas de incluir a parcela da população que não pode pagar pelo serviço. Quanto menos pagantes, maior o valor unitário”, afirmou. Falou sobre o movimento da tarifa zero e questionou sobre quem vai pagar os custos com pessoal, serviços e manutenção.

O diretor-superintendente da Empresa Urbana Vitória, Dalton Lima de Freitas Guimarães, salientou que, a partir da assinatura do contrato, os prazos serão cumpridos para a implantação do novo sistema de transporte coletivo. “Já estamos trabalhando para que o novo transporte coletivo seja implantado o mais rápido possível”. Sobre o transporte alternativo, Dias levantou a questão de que as vans não transportam estudantes, idosos e pessoas com deficiência, que tem o direito a tarifas reduzidas.

O secretário Municipal de Mobilidade Urbana, Luis Alberto Sellmann, falou que o grande desafio é chegar a um consenso de como fazer para reduzir as tarifas para que toda população tenha acesso ao transporte público, além de uma política de inibição do transporte individual e priorizando o transporte de massa. “Este é o nosso desafio para melhorar a mobilidade urbana”. Informou ainda que até julho as empresas vão assinar o contrato. “Entre todos os benefícios do novo transporte a tarifa única é o que vai impactar mais na população. Este novo sistema não é uma vitória da administração municipal, e sim da cidade. Antes de fazermos o edital ouvimos a população, então estamos atendendo os anseios da cidade. A partir da assinatura do contrato, em três meses teremos o novo sistema funcionando”, garantiu o secretário.