A Câmara realizou, nesta quarta-feira (30), sessão mista para discutir a prestação de serviços do plano de saúde Unimed aos beneficiários do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Vitória da Conquista  (SINSERV). A sessão foi uma iniciativa do mandato do vereador Gilzete Moreira (PSB), que atendeu a uma solicitação da diretoria do SINSERV.
Segundo o parlamentar, os servidores estão enfrentando dificuldades em usufruir dos benefícios oferecidos pelo plano de saúde. “É função do vereador trazer esses debates para esta Casa”, disse, ressaltando que possíveis soluções devem ser encontradas pela Unimed e usuários ligados ao SINSERV.

Servidores insatisfeitos - Carolina Oliveira, diretora da saúde do trabalhador do SINSERV, lamentou a falta de médicos especialistas nas áreas de nefrologia, psicologia, psiquiatria, reumatologia e neurologia. Ressaltou a existência de cotas limitadas para atendimento dos usuários do SINSERV. “Existem consultas que só conseguimos agendar com até três meses de antecedência”, disse.

José Marcos Santos Amaral, presidente do SINSERV, afirmou que os servidores estão insatisfeitos com o atendimento da Unimed diante das dificuldades em agendar consultas médicas. “É desgastante para o servidor pagar pelo serviço e não ser bem atendido. Queremos que o plano de saúde funcione corretamente e que os problemas  apresentados sejam resolvidos”, declarou.

Para Cezar Nolasco, presidente do Sindicato do Magistério Público Municipal (SIMMP), um dos maiores problemas enfrentados pelos servidores públicos é a ausência de políticas públicas de valorização da saúde do trabalhador. Nolasco criticou a Prefeitura por não acolher o trabalhador doente e não prestar assistência médica devida, o que leva o servidor municipal ter que pagar pelo plano de saúde particular. “Isto é fruto de uma saúde deficitária em Conquista”, disse.

Unimed rebate críticas - Karim Jardim, diretor financeiro da Unimed, destacou a credibilidade da empresa em Vitória da Conquista e negou a existência de cotas para atendimento aos usuários. Jardim reconheceu a carência de profissionais em determinadas especialidades, porém ressaltou que tal carência também é sentida por outras empresas ligadas à prestação de serviços na área de saúde no município.
O diretor da Unimed justificou a demora em agendar consultas médicas por causa da procura do mesmo profissional por muitos usuários. “A grande procura por determinados médicos provoca a demora em agendar algumas consultas. É preciso entender que outros profissionais estão à disposição dos usuários”, afirmou.

Vereadores criticam atendimento da Unimed - O vereador Jean Fabrício (PCdoB) afirmou que a Unimed, nos últimos anos, se tornou um plano de saúde de péssima qualidade em Vitória da Conquista. O parlamentar, que é usuário do plano, declarou que só conseguiu agendar uma consulta com um médico gastroenterologista com quatro meses de antecedência, o que gerou insatisfação diante do demora. “Tive que fazer o exame particular”, disse, condenando a postura do plano de saúde.

Já o líder da bancada de oposição, vereador Arlindo Rebouças (PMN), afirmou que educação, segurança e saúde deveriam ser prioridades para o poder público. Lamentou a insegurança em que a população conquistense vive e criticou a ausência de políticas públicas de valorização dos jovens. Também criticou a educação pública, ressaltando que a prova da falência da educação é que os filhos de professores e diretores não estudam em escolas públicas.
Sobre as deficiências no atendimento na área de saúde em Conquista, o vereador lamentou a dificuldade em agendar consultas médicas e criticou a falta de responsabilidade de determinados médicos no atendimento da população. “Nem os planos de saúde estão oferecendo saúde de qualidade. Quem sofre são os trabalhadores”, disse Rebouças.