Imagem Transporte coletivo volta à pauta da Câmara em sessão especial

Transporte coletivo volta à pauta da Câmara em sessão especial

Arquivo

12/06/2015 12:30:00


Aconteceu nesta sexta-feira (12), na Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC), uma sessão especial que discutiu a situação do transporte coletivo público. O requerimento foi feito pelos vereadores Hermínio Oliveira (SD), Nelson de Vivi (PCdoB), Sidney Oliveira (PRB) e Cícero Custódio (PV). Participaram da sessão Valdeni da Silva, representante de Álvaro Sousa, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Vitória da Conquista (SINTRAVC); o representante da Viação Vitória, Cláudio Vinicius Andrade; o representante da Viação Cidade Verde, Sérgio Hubner; o secretário de organização da União da Juventude Socialista (UJS) e aluno da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Gabriel Xavier; a procuradora do município, Juscelma Silva Leão; o líder estudantil Luíz Augusto Cardoso Santos; e o deputado estadual Herzem Gusmão (PMDB), além de vereadores e populares.

“65% das linhas de transporte só tem dois ônibus”, afirma parlamentar – O Vereador Hermínio Oliveira (SD) iniciou seu pronunciamento dizendo que seria “em defesa dos trabalhadores e estudantes que são usuários de transporte coletivo”. Disse que durante seu mandato, ocupou a Tribuna pedindo, em várias ocasiões, que eram necessárias três empresas. “Antes da licitação tínhamos 136 ônibus, agora são 162. Precisamos de 180 a 200”. Salientou que as empresas Cidade Verde e Vitória avançaram muito pouco no aumento da frota. Afirmou que “65% das linhas de transporte só tem dois ônibus. Quando quebra, demora a substituição. Trabalhadores e estudantes perdem o horário”, citando que os moradores dos bairros Guarani, Bruno Bacelar e das Urbis, por exemplo, tem sido muito prejudicados.

O parlamentar abordou que há linhas em que o ônibus fica de 10 a 15 minutos parado. “Ônibus é para rodar. Por causa disso acontece o transporte clandestino”. Defendeu o passe livre dos estudantes e sobre a redução do ISSQN de 5 para 2%, esclareceu que o projeto não foi apreciado porque não apresentava melhorias e o passe livre na cidade. Também sugeriu que seja feito um estudo com relação ao terminal de ônibus, que tem provocado um trânsito lento. As pessoas ficam estressadas e tem muita poluição. Para o edil, a passagem é cara. “Em Salvador é o mesmo preço, com quilometragem maior”.

Esforço se intensificou desde 1997 – A procuradora do Município, Jucelma Leão, representando o prefeito municipal Guilherme Menezes, disse que, desde 1997, vários esforços têm sido reunidos com o objetivo de melhorar a qualidade do transporte coletivo de Vitória da Conquista. A procuradora apresentou um histórico da evolução do transporte coletivo desde a segunda metade da década de 1990 até a atualidade com a implantação do Sistema Integrado de Transporte (SIT).

De acordo com ela, a população precisa estar satisfeita com o serviço oferecido pelas empresas que exploram o transporte coletivo urbano da cidade e por isso a sessão especial sobre o transporte coletivo é tão importante. Ela apontou que, justamente por entender a necessidade da satisfação dos usuários em relação ao serviço, a prefeitura notificou e instalou um processo administrativo contra uma das empresas que atuam no SIT.

Cidade precisa de um estudo de mobilidade - O representante da Viação Cidade Verde, Sérgio Hubner, afirmou que a empresa vem cumprindo o que foi assumido na licitação. Ele citou algumas ações como implantação da ouvidoria, aparelhos de GPS, câmeras a bordo, aquisição de cinco novos veículos, melhoria e construção de novos pontos de ônibus. Para Hubner, o grande desafio é identificar um arranjo que possibilite a oferta de transporte público eficiente com uma tarifa mais em conta. Segundo ele, é necessário um esforço coletivo e “um estudo do ir e vir” na cidade.

Sérgio Hubner ressaltou que se por um lado o usuário tem “algumas crenças” sobre o transporte coletivo, por outro as empresas trabalham seguindo algumas premissas. “Nosso negócio é muito complexo”, disse sobre o fato de o transporte coletivo sofrer a influência de vários fatores externos. Ainda assim, reconheceu que é preciso avançar. “É sabido que muito precisa ser feito, porque o transporte é vivo”, detalhou. Ele convidou líderes de movimentos, imprensa e outros segmentos da sociedade a visitarem a empresa.

Estudantes reclamam dos serviços – O líder estudantil Luíz Augusto Cardoso dos Santos disse que os estudantes sempre pautaram o transporte coletivo em Vitória da Conquista. Destacou que a CMVC tem discutido a situação e reconheceu também o empenho do governo municipal. Lembrou reivindicações atendidas como o direito a meia passagem nas férias e mais dois pontos de recarga. Criticou a empresa Vitória que não instalou os pontos, não tem ônibus novos. Sugeriu que seja feita uma comissão da CMVC para fazer um levantamento ouvindo o povo, os passageiros. Também denunciou que o cartão estudantil só informa o valor da passagem, solicitando que seja colocado um sistema informando as passagens restantes. Abordou sobre o passe livre dos estudantes, informando que há anos é discutido e rejeitado. “A população não pode mais sobreviver dessa forma”. Finalizou parabenizando os vereadores Hermínio Oliveira (SD) e Nelson de Vivi (PCdoB) pela ideia da sessão. “Saio com a frase do vereador Florisvaldo Bittencourt (PT): precisamos de uma ação concreta transformadora que envolve o governo, as empresas, funcionários e comunidade”.

Vitória possui 80 veículos rodando na cidade – O representante da Viação Vitória, Claudio Vinicius, explicou que a empresa começou a atuar em Vitória da Conquista em 2007, ano desde o qual a empresa tem aumentado o número de veículos atuando na cidade. Segundo o representante da empresa, atualmente 80 veículos da empresa circulam na cidade, compondo o Sistema Integrado de Transportes. Para ele, isso é sinônimo de que a empresa e as linhas tiveram grande melhoria desde o início da sua atuação no município.

Claudio Vinícius reconheceu as dificuldades enfrentadas para o cumprimento de horários nos horários de pico, justamente quando a maioria da população precisa dos serviços do transporte coletivo, e disse que estudos já estão sendo realizados a fim de reduzir o não cumprimento dos horários. O representante apontou ainda que uma das principais dificuldades enfrentadas na busca do cumprimento dos horários é a falta de prioridade na circulação dos ônibus nas ruas.

Rodoviários lutam por reajuste salarial e ticket alimentação – O representante do SINTRAVC (Sindicato dos Rodoviários de Vitória da Conquista), Valdeni da Silva, agradeceu à CMVC por ter encampado a discussão sobre o transporte coletivo. Segundo ele, as últimas ações da Câmara, nesse sentido, já renderam algumas melhorias. Silva, que representou o presidente do sindicato, Álvaro Souza, informou que a pauta atual do SINTRAVC gira em torno do reajuste salarial e do ticket de alimentação. Até o momento, foram feitas quatro rodadas de negociação, sem sucesso. Uma nova reunião foi agendada para a próxima terça-feira (15). Ele ainda destacou que é difícil, para os motoristas, cumprir os horários, pois o trânsito da cidade está caótico, sobretudo no centro. Valdeni da Silva acredita que o número de ônibus deixa a desejar. Segundo ele, são apenas 160 carros para uma população de 340 mil habitantes, e a tendência é de mais crescimento nos próximos anos.  

Denunciar é difícil – O secretário da União da Juventude Socialista (UJS) e aluno da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Gabriel Xavier, destacou a importância do movimento estudantil fazer parte da mesa. Para ele, a CMVC precisa fiscalizar o transporte público e denunciou que “não se consegue fazer denúncias aos fiscais da prefeitura porque eles defendem as empresas”. Defendeu o passe livre afirmando que “é realidade em várias cidades” e justificando com o uso da constituição. “Quando o estudante paga a passagem, não está tendo o direito a educação gratuita”. Gabriel também sugeriu mudanças no cartão, considerando um absurdo o valor mínimo de R$ 12 para recarga. “O usuário sofre muito. A Casa tem que olhar para esses cidadãos. Quem paga as contas de todos os problemas são os usuários”. Finalizou parabenizando o vereador Nelson de Vivi (PCdoB) pelo trabalho desenvolvido na questão do transporte público e afirmando que o sistema integrado não acontece para a maioria. “Não vejo avanço nos corredores de ônibus. Só aumentam a rota e não aumentaram o tempo para compensar o trajeto”.

Prefeitura reconhece complexidade do tema - O secretário municipal de Governo, Edwaldo Alves, disse que o transporte coletivo é um serviço essencial para a população. Segundo ele, o Governo Municipal jamais se recusou a enfrentar todas as dificuldades que o sistema tem. Edwaldo ressaltou ainda que o Governo entende que este é um setor complexo e que a população merece um transporte que atenda às suas necessidades.

Prefeitura quebrou empresas de ônibus – O deputado estadual Herzem Gusmão (PMDB) parabenizou a CMVC pela sessão. “Essa iniciativa significa que o transporte coletivo na cidade de Vitória da Conquista precisa avançar”, disse. Ele sugeriu que a Prefeitura faça estudos para que a cidade, no futuro, seja contemplada com um corredor que possibilite a implantação de BRT (Bus Rapid Transit) ou o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). “Nós precisamos modernizar o transporte público de nossa cidade”, detalhou.

O deputado elogiou a autonomia da CMVC citando a postura do Legislativo em relação ao projeto de lei enviado pela prefeitura que previa redução de impostos pagos pelas empresas de transporte. A maioria dos vereadores foi favorável ao estabelecimento de condições para aprovar a redução. A prefeitura retirou o projeto. O parlamentar pediu à Câmara uma investigação do processo de licitação do transporte coletivo. “É inaceitável uma empresa pagar para ter direito a operar, R$ 37 milhões, a Serrano, que quebrou, R$ 20 milhões, e a empresa que chega, a Cidade Verde, pagando apenas R$ 6 milhões”, denunciou. Para Herzem Gusmão a prefeitura quebrou as empresas que atuaram no município no transporte coletivo, desde 1996 quando o PT chegou ao poder na cidade. Ele pediu que de faça uma investigação rigorosa.



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