Durante a sessão ordinária desta quarta-feira, 12, o vereador Andreson Ribeiro (PCdoB) destacou a necessidade de transparência e diálogo na tramitação do projeto que autoriza o Executivo Municipal a contrair um empréstimo de R$400 milhões. O parlamentar defendeu que a proposta seja amplamente debatida com a sociedade e com entidades técnicas antes de ser votada pela Câmara.

Em sua fala, Andreson abordou o tema das fortes chuvas que atingiram o município, apontando os desafios enfrentados pela população diante das enxurradas e dos alagamentos. “Vivenciamos recentemente grandes enxurradas em nossa cidade. Não quero aqui me valer de oportunismo, mas é preciso reconhecer que a administração municipal, que já está em seu terceiro mandato consecutivo, passando do prefeito Herzem Gusmão à prefeita Sheila Lemos, precisa conduzir essa pauta com mais transparência e diálogo, especialmente com os técnicos e entidades como o CREA, o CRO e outras instituições credenciadas”, afirmou.

O vereador criticou o formato da proposta enviada ao Legislativo, classificando-a como uma tentativa de obter autorização genérica para uso dos recursos. “O que a administração deseja é que os 23 vereadores, ou 22, já que o presidente só vota em caso de empate, assinem um verdadeiro cheque em branco para o Executivo. Isso fere os princípios constitucionais da publicidade e da transparência, previstos no artigo 37 da Constituição Federal. Não podemos aceitar isso”, alertou.

Andreson também cobrou um papel mais ativo da Mesa Diretora da Câmara na condução do debate, sugerindo a realização de audiências públicas e sabatinas técnicas com especialistas e representantes da sociedade civil. “A Câmara precisa sair à frente e promover essas discussões, ouvir os técnicos e, principalmente, dar visibilidade aos invisíveis, como as famílias que tiveram suas casas alagadas no bairro Jurema. Só com participação popular e embasamento técnico é que poderemos decidir com responsabilidade”, disse.

O parlamentar ressaltou ainda que a aprovação de um empréstimo dessa magnitude deve considerar o limite de endividamento do município e o impacto futuro nas finanças públicas. “Precisamos ter cautela e responsabilidade. Esse recurso sairá da receita corrente líquida do município, o que pode comprometer investimentos e até a concessão de reajustes salariais aos servidores públicos. Por isso, não podemos votar às pressas, sem análise criteriosa”, afirmou.

Andreson Ribeiro concluiu reiterando que seu posicionamento não é de oposição por conveniência, mas de compromisso com a boa gestão dos recursos públicos. “Nosso dever é votar com critério, ouvindo os técnicos e a população, para que possamos errar menos e acertar mais. É isso que a cidade espera de nós”, finalizou.

Por Camila Brito