Imagem Fechamento de escolas na zona rural é tema de Audiência da Casa do Povo

Fechamento de escolas na zona rural é tema de Audiência da Casa do Povo

Câmara Municipal de Vitória da ConquistaAudiência PúblicaNotíciaValdemir Dias

28/05/2019 11:00:00


Fechamento das escolas da zona rural foi o tema da audiência pública realizada na manhã dessa terça-feira, 27, na Casa do Povo. A audiência proposta pelo vereador Valdemir Dias (PT) contou com a presença da presidente sindicato dos  professores, SIMMP, Ana cristina Novaes;  do presidente do sindicato dos trabalhadores rurais Daniela Ferreira; Ildeon Ferreira Pinto, presidente da associação dos pequenos produtores de Campo Formoso; e a representante do conselho pedagógico do SIMMP,  Ana Cláudia.

Professores sendo sabatinados - Ana Cláudia, Conselho pedagógico do Simmp iniciou sua fala lamentando a situação das escolas da zona rural:  “Sinto uma tristeza profunda e uma vergonha imensa do governo por estarmos aqui discutindo esse assunto”. Ela lembrou que a constituição Federal assegura que a educação é direito de todos, bem como o acesso e a permanência na escola. Ana Cláudia relatou todas as Leis Federal e Estadual que assegura o direito a educação e cobrou do governo municipal o cumprimento das mesmas. Ela contou ainda que o sindicato tem feito visitas as escolas da zona rural e foi detectado que  salas de aula com 30 alunos do primeiro ao sexto ano, “que qualidade estamos dando a esses alunos? indagou. “O governo não está oferecendo transporte aos professores e será que vai garantir para os alunos?”. Ela questionou ainda sobre os alunos de Campo Formoso que foram matriculados na cidade de Belo Campo: “O prefeito de lá assegurou transporte a esses alunos. “Os alunos vão pra lá e perdemos recursos”, contou. Por fim ela questionou o porque do secretário de educação esta fazendo visitas as escolas e sabatinando professores: “Nosso secretário de educação esta indo nas escolas sabatinar os professores para que atinjam 7 metas até o fim do mandato. Vamos convidar eles para vir na Câmara ser sabatinado para saber quais as leis eles não estão cumprindo”, concluiu.

Desrespeito à zona rural - Ildeon Pinto, representante da comunidade de Campo Formoso, disse que o secretário municipal de Educação, Coronel Esmeraldino Correia, tem desrespeitado a zona rural ao fechar escolas sem consultar as comunidades. “Ele falou que passa por cima da zona rural, mas ele leva as crianças para o Iguá”, denunciou. “Como é que vão acabar com a escola de Campo Formoso? Nós precisamos lutar, não vamos parar por aqui”, disse Ildeon, que anunciou que a comunidade fará uma manifestação na porta da Prefeitura Municipal. “Vamos fazer um protesto na porta da Prefeitura, pra ver se Herzem Gusmão recebe nós, porque ele não recebe ninguém”, finalizou.

Educação não é gasto, é investimento - A presidente do SIMMP, Ana Cristina relembrou sua infância e contou que foi alfabetizada em uma escola na zona rural. “Se naquela época tivesse um governo que fechasse a escola talvez não tivesse aqui hoje”, contou. Contou que tomou conhecimento do fechamento das escolas no ano passado e daí já começou a luta. “Nós escrevemos um texto para o conselho, formamos uma comissão no dia 2 de outubro do ano passado e essa comissão nunca se reuniu”, lamentou completando que “se não formos pra embate, não vamos conseguir”. Ana Cristina disse ainda que o maior erro do governo é pensar a educação como gasto e não como investimento, “gasto é contratar assessorias”. Lamentou a falta de um representante da secretaria de educação para debater o fechamento das escolas. “Fizemos um parecer contra o fechamento dessas escolas. No conselho municipal somos minoria, mas somos a voz do povo”, finalizou.

Não comparecimento de representantes da PMVC - Daniela Ferreira, representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, afirmou que é uma decepção o não comparecimento de alguns vereadores e de um representante da Secretaria de Educação. “Quando é atrás dos votos sabe correr atrás da gente”, reclamou. A sindicalista frisou que “o governo público quer sacrificar os nossos alunos” para manter as contas da Prefeitura. “Nós não temos culpa porque nós pagamos os nossos impostos”, declarou. Ela avalia que o fechamento das escolas força os alunos a uma situação muito desfavorável, pois têm que acordar mais cedo, enfrentar distâncias e a situação precária das estradas rurais. Ferreira cobrou uma posição da Prefeitura: “Está na hora de [o prefeito] sair da zona de conforto e ir conhecer a zona rural”. Ela ainda disparou: “Dizem que querem fazer a mudança que o povo quer. Mas essa mudança a gente não quer”.

Fechar escola do campo é matar a comunidade – A representante do Fórum Municipal de Educação do Campo, professora Luciene Rocha disse que fechar a escola de uma comunidade é matar a atratividade de a população manter-se naquela comunidade. “Quando fecha uma escola do campo, mata-se uma comunidade”, disse ela, ressaltando que a educação é a única forma que boa parte da população rural tem de crescer. “Essa política de fechamento de escolas vem associada também com a política de transporte. Existe o monopólio do transporte envolvido nessa questão”, analisou a professora.

Ainda em sua fala, Luciene cobrou a discussão com a comunidade e o Conselho Municipal de Educação, assim como com o Ministério Publico a respeito do fechamento das escolas. “Não dá pra gente sair aleatoriamente fechando escolas do campo”, apontou.

Fechamento de escolas atende interesses privados – A professora da Uesb, Fátima Garcia ressaltou a máxima de que é preciso valorizar a Educação. Ela apontou ainda que o fechamento de escolas da zona rural atende aos interesses do setor privado que atua no transporte de alunos. “Fechar escola é salvaguardar um dinheiro que é público para o privado. Quem é que leva vantagem com fechamento de escola? Uma empresa que muitas vezes nem tem CNPJ que é paga para transportar os filhos de vocês”, analisou a pesquisadora.

Para ela, esse modelo de gestão favorece empresas e desqualifica o ensino público. “Isso é dar valor à iniciativa privada e desqualificar o ensino público”, concluiu ela.






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